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sábado, 18 de maio de 2013

Curcumina e Câncer: antiproliferativo, antiapoptótico, antiangiogênico e antimet !veja!


Curcumina e Câncer: antiproliferativo, antiapoptótico, antiangiogênico e antimetastático
 José de Felippe Junior
O Açafrão da Índia, “Turmeric” ou “Cúrcuma” (Curcuma longa Linn.) é uma planta da família do gengibre (Zingiberaceae) sendo a raiz a parte mais utilizada na culinária e na medicina. No Brasil, principalmente em Minas Gerais e Goiás, é conhecida como Açafrão da Terra, Açafroa ou Gengibre Amarelo. De acordo com o Eng. Agrônomo Ademar Menezes Junior não podemos confundir o Açafrão da Índia com o “Açafrão Verdadeiro” utilizado nas paellas espanholas, que é dispendioso e corresponde aos estigmas dessecados da bela flor amarela ou vermelha da planta Crocus sativus.
 É no rizoma da Curcuma longa que está o componente mais ativo da planta, a curcumina presente em 2 a 5% deste delicioso tempero. A curcumina, isolada pela primeira vez por Vogel, em 1842, é um pó insolúvel na água e no éter, mas solúvel no etanol e no DMSO. A sua estrutura foi descrita por Lampe e Milobedeska em 1910 e quimicamente é um diferoilmetano com a fórmula C21H20O6 e peso molecular 368,4.
 A curcumina comercial encontrada nos mercados a preços bem acessíveis contém três cucurminoides que lhe confere a cor amarelo alaranjada: curcumina (77%), demetoxicurcumina (17%) e bisdemetoxicurcumina (3%). Ela é muito consumida na Índia, cerca de 100 mg/dia por habitante, como tempero. Estudos recentes mostram que podemos ingerir até 8 g/dia sem efeitos colaterais, entretanto, a biodisponibilidade celular da curcumina é muito baixa, devido à rápida glucoronidação hepática e intestinal. O folclore nos ensinou que a adição de pimenta do reino (Piper nigra) aumenta em 2000% a biodisponibilidade do princípio ativo. Na Índia o povo adora açafrão e pimenta.
 Nos Estados Unidos são muito comuns o câncer de mama, de cólon, de próstata e de pulmão, o que não acontece na Índia, onde é alta a ingestão de cúrcuma. Observou-se aumento da incidência de câncer de cólon em imigrantes da Índia vivendo nos Estados Unidos, o que mostra o valor da dieta como fator quimiopreventivo (AGGARWAL, 2003).
 A medicina complementar baseada em evidências científicas e na observação cuidadosa pode e deve ser utilizada conjuntamente com a medicina convencional ou quando não se obtém desta os resultados esperados. O médico não pode simplesmente dizer que não há mais nada a fazer, sem antes tentar de um modo firme, sensato e rigoroso todas as armas da medicina complementar (FELIPPE, 2006-2007). Um dos exemplos é o uso da Cúrcuma.
 A cúrcuma tem sido utilizada na medicina Ayuverdica, medicina tradicional da Índia, por mais de 6000 anos nas seguintes situações: desordens biliares, anorexia, tosse, feridas em diabéticos, males hepáticos, reumatismo, sinusite, etc. Encontramos de 1966 a 2007, 1492 referências no Medline sobre a atividade biológica da curcumina. Recentemente a literatura médica mostrou que a Cúrcuma possui os seguintes efeitos:
1.     Anticâncer
2.     Aumenta o efeito da quimioterapia nas situações de resistência a múltiplas drogas
3.     Antiaterosclerótico
4.     Anti-inflamatório
5.     Reduz o colesterol
6.     Diminui a oxidação da LDL
7.     Inibe a agregação das plaquetas
8.     Diminui o tamanho da trombose no infarto do miocárdio
9.     Diabetes tipo II: hipoglicemiante, diminui os níveis de hemoglobina glicosilada e diminui a microalbuminúria
10.   Esclerose Múltipla: diminui as crises de exacerbação
11.   Alzheimer: retarda o processo degenerativo
12.   Fibrose cística: corrige alguns defeitos
13.   Doenças inflamatórias dos olhos: uveíte anterior crônica, pseudotumor orbital idiopático
14.   Diminui as dores na artrite reumatoide
15.   Efeito nas doenças de pele: psoríase e dermatites
16.   Efeito na esclerodermia
17.   Estimula regeneração muscular
18.   Melhora a regeneração das feridas
19.   Cicatriza escaras
20.   Protege o fígado e rins de lesões tóxicas
21.   Aumenta a secreção biliar
22.   Diminui a formação de cálculo biliar
23.   Efeito nas doenças inflamatórias de intestino
24.   Protege contra a formação de catarata
25.   Protege o pulmão da fibrose
26.   Inibe a replicação do HIV
27.   Inibe a reprodução das leishmanias
Nas palavras de Bharat Aggarwal e Shishir Shishodia: “Vamos fazer uma viagem para nossas “RAIZES” antigas para explorar as “RAIZES” da Curcuma longa”.
Efeitos da Curcumina no Câncer
 A curcumina possui uma série de efeitos na prevenção e no tratamento do câncer. É o fitoquímico que inibe o maior número de vias de sinalização, transdução e transcrição que conhecemos e por esse motivo possui potente efeito no câncer como antiproliferativo, apoptótico, antiangiogênico e antimetastático.
Efeitos da Curcumina no Câncer in vitro
 A curcumina suprime a proliferação de vários tipos de células tumorais in vitro: carcinoma de mama, carcinoma de cólon, carcinoma de próstata, carcinoma basocelular, melanoma, leucemia mielógena aguda, leucemia de células T e linfoma de células B. A curcumina interfere na proliferação celular maligna de várias maneiras: inibe os efeitos dos fatores de crescimento tumoral, inibe proteínas envolvidas no ciclo celular e inibe a ornitina decarboxilase (ODC).
 A apoptose é um modo discreto das células morrerem sem fazer alarde, digo inflamação. Provocar apoptose em paciente com câncer grau IV não faz piorar o seu estado geral já tão comprometido. A curcumina é capaz de induzir apoptose nas células malignas por mecanismos dependentes ou não dependentes da mitocôndria.
 No mecanismo mitocondrial, o que acontece em grande número de células, a curcumina ativa sequencialmente a caspase 8, a diminuição do potencial transmembrana mitocondrial, a abertura dos poros de transição, a liberação de citocromo-c, a ativação da caspase -9, a ativação da caspase-3, a clivagem do PARP e finalmente a fragmentação do DNA e apoptose.
 Nos mecanismos não mitocondriais a apoptose acontece por:
1.     Diminuir a produção de proteínas antiapoptóticas bcl-2 e bcl-x
2.     Induzir a proteína bax através da p53, provocando apoptose no câncer de mama
3.     Induzir a proteína p53 mediadora da apoptose no câncer de cólon
4.     Aumentar a oxidação intracelular por aumento da geração de radicais livres com a diminuição do GSH intracelular.
5.     Inibir PTK e PKC
 Bharat Aggarwal, grande estudioso dos efeitos da curcumina no câncer, afirma que a curcumina inibe o crescimento tumoral e induz a apoptose de vários tipos de células malignas com mecanismos semelhantes à maioria dos agentes quimioterápicos (AGGARWAL, 2003), porém sem efeito prejudiciais sobre as células normais. A seguir vamos enumerar os efeitos da curcumina nas diversas vias de sinalização que culminam na indução de apoptose, na diminuição da proliferação celular, na inibição da neoangiogênese e no efeito antimetastático.
Mecanismos de Ação da Curcumina nas Vias de Sinalização das Células Malignas
1.     Inibe a Via Fator de Crescimento
1.     Inibe a atividade da proteína tirosina kinase (PTK) do receptor EGF
2.     Inibe a fosforilação da tirosina provocada pelo receptor EGF
3.     Inibe a atividade kinase intrínseca do receptor EGF
2.     Inibe a Via MAPK – “mitogen – activated protein kinases
1.     Inibe a via de sinalização c-Jun Nterminal kinase (JNK)
2.     Inibe a ativação da IL-1 sobre a MAP kinase
3.     Diminui a expressão do gene MMP
3.     Suprime a transcrição do fator de transcrição early growth response-1 (Egr-1)
4.     Diminui a expressão de receptores andrógenos e a sua transativação
5.     Inibe a Via da Proteína Kinase – serina/treonina proteína kinases
1.     Inibe a proteína kinase C (PKC)
2.     Inibe a proteína kinase A (PKA)
3.     Inibe a fosforilase kinase (PhK)
4.     Inibe a autofosforilação-ativada pela proteína kinase (AK)
5.     Inibe a proteína kinase dependente do AMP-cíclico
6.     Inibe a Via AP-1 (Ativador da Proteína-1)
1.     Inibe a expressão dos proto oncogenes c-fos , c-jun e c-myc induzidas por TPA (agente promotor de tumor)
2.     Inibe a expressão das proteínas c-Jun e c-Fos induzidas por raio ultravioleta e TPA
3.     Inibe a IL-1 e o TNF induzido pelo AP-1
4.     Inibe a ativação do AP-1 induzida por TPA
5.     Inibe a liberação do AP-1
6.     Inibe a IL-1 estimulada pelo AP-1
7.     Diminui a expressão do gene MMP
 Inibe a Via NF-kappa B
1.     Suprime a ativação da transcrição do NF-kappa B no núcleo
2.     Inibe a IL-1, a IL-1alfa e o TNF induzido pelo NF-kappa B
3.     Inibe a ativação do NF-kappa B induzida pelo TPA (agente indutor de tumor)
4.     Inibe a ativação do NF-kappa B induzida por quimioterápicos
5.     Inibe a produção e a liberação de TNF
6.     Inibe a produção de citocinas inflamatórias pelos monócitos do sangue e macrófagos alveolares
7.     Regula a expressão de citocinas pró-inflamatórias
8.     Inibe a atividade da Ikappa B kinase, que é ativador do NF-kappa B
9.     Inibe a resposta angiogênica induzida pelo MMP-9 (matrix metaloprotease) e FGF-2 (fibroblast growth factor)
10.   Diminui a expressão do gene MMP
11.   Reduz a expressão do gene fator tissular endotelial
12.   Inibe a transcrição e a expressão da COX2
13.   Inibe a expressão da enzima oxido nítrico sintetase induzida (iNOS) e diminui a produção de ácido nítrico
14.   Induz a expressão do gene p21
1.     Suprime a ciclin dependente de kinase (CDK), a ciclin D1, inibindo ciclo celular
1.     Outros
1.     Inibe a atividade da fosfolipase D em mamíferos
2.     Inibe a Ca-ATPase do retículo sarcoplásmico
3.     Aumenta a velocidade de acúmulo intracelular de cálcio iônico
4.     Inibe a atividade e a expressão da LOX e COX
5.     Induz aumento da atividade da glutationa S-transferase (GST)
6.     Modula a atividade do citocromo P450
7.     Modula a P-glicoproteína e induz sensibilidade aos quimioterápicos
8.     Estimula a expressão das proteínas de estresse
9.     Inibe a proteína farnesil transferase (FPTase)
10.   Suprime moléculas de adesão, suprimindo metástases
11.   Suprime a formação de citocinas inflamatórias: TNF, IL-1,IL-12 e quimocinas
12.   Inibe a atividade da telomerase
Inibição da Inflamação pela Curcumina
 A inflamação está implicada na carcinogênese e a curcumina é um potente agente anti-inflamatório. Joe, em 1997, mostrou que 10 micromoles de curcumina inibem em 82% a incorporação de ácido araquidonico na membrana citoplasmática de macrófagos do peritônio do rato. Também inibe em 45% a incorporação de prostaglandina E2 e 61% de leucotriene B4 ao lado de aumentar em 40% a secreção de 6-ceto PGF1a.
 A curcumina inibe a secreção de colagenase, elastase e hialuronidade, ao lado de inibir vários tipos de fosfolipases: fosfolipase D, fosfolipase A2 e fosfolipase C. A curcumina inibe vários fatores inflamatórios como o NF-kappa B e AP-1 e também reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias como o TNF, IL1beta e IL-8.
A Curcumina Inibe a “farnesil protein transferase” – FPTase
 As proteínas Ras devem ser isopreniladas para apresentarem atividade biológica: proliferação celular maligna. O farnesil pirofosfato é um intermediário da via mevalonato e doa seu radical isoprenil ativando o oncogene ras. Chen em 1997 mostrou que a curcumina inibe a FPTase, o que impede a farnelização da proteína Ras p21 e consequentemente impede o seu efeito proliferativo.
A Curcumina Inibe a Atividade da Telomerase
 A ativação da telomerase é uma etapa crucial da proliferação celular e a curcumina é um potente inibidor da ativação da telomerase. A melatonina e a epigalatocatequina-3-galato também inibe a telomerase. A atividade da telomerase nas células MCF-7 do câncer de mama humano é 7 vezes maior do que nas células mamárias correspondentes não malignas. A curcumina na concentração de somente 100 micromoles inibe em 93,5% a atividade da telomerase nestas células malignas (Ramachandran-2002). Esta inibição é devido à diminuição da expressão do hTERT (“human telomerase reverse transcriptase”), sem interferência do c-myc. É possível que a diminuição da expressão do hTERT seja mediada pela supressão do NF-kappaB provocada pela curcumina.
Efeitos da Curcumina no Câncer “in vivo”
I- Animais
A- Farmacocinética

Quando a curcumina é administrada na dose de 1 g/Kg em ratos, por via oral, cerca de 75% aparecem nas fezes e praticamente nada é excretado pela urina (WAHLSTROM, 1978). Dosagens no sangue e bile mostram que a curcumina é rapidamente metabolizada. De fato, em suspensão de hepatócitos 90% da curcumina é metabolizada em apenas 30 minutos. Doses de 5 g/Kg não provocaram efeitos colaterais em ratos.
 Foi administrado em ratos, por via oral, 400 mg de curcumina e verificou-se que cerca de 60% da droga era absorvida pelo intestino. Em 24 horas, 38% da dose administrada estavam presentes no ceco e intestino grosso A forma encontrada na urina foi conjugada com glucoronídeos ou sulfatos. Encontrou-se somente traços de curcumina na veia porta, fígado e rins e nada no sangue do coração em 15 minutos a 24 horas após a administração (RAVINDRANATH, 1980).
 Outros autores mostraram que a absorção da curcumina variou de 60 a 66%, independentemente da quantidade ingerida. Todos estes estudos mostram que a curcumina é razoavelmente absorvida e rapidamente metabolizada e excretada.
B- Carcinogênese experimental
 Vários estudos indicam que a curcumina é um potente agente quimiopreventivo, agindo tanto na iniciação, como na promoção de vários tipos de tumores: mama, cavidade oral, estômago, esôfago, intestino, cólon, pulmão e fígado (LU, 1993-1994, et al.) Busquets, em 2001, mostrou que a administração de curcumina por seis dias consecutivos em ratos com caquexia devido ao hepatoma de Yoshida apresentaram redução de 31% do tamanho do tumor hepático.
 No câncer de próstata humano refratário à hormonioterapia e implantado no camundongo a curcumina reduziu marcantemente a proliferação celular e aumentou drasticamente a apoptose. Juntamente promoveu significante diminuição da neoangiogênese (DORAI, 2001). Este trabalho mostra que a curcumina pode ser útil no tratamento do câncer de próstata humano no estado hormônio-refratário.
 Nas metástases de pulmão de melanoma de camundongo a curcumina reduz significantemente o volume tumoral pulmonar, cerca de 90% de redução, e com aumento de 144% na sobrevida (MENON, 1995). A explicação é que a curcumina inibe as metaloproteinases responsáveis pela degradação da substância amorfa intersticial o que dificulta a invasão tumoral.

II- Seres Humanos
A- Farmacocinética

 Estudos em animais mostraram que a curcumina é rapidamente metabolizada no fígado e na parede intestinal, o que provoca a baixa biodisponibilidade celular da substância. Shoba, em 1998, conhecedor do fato que os indianos apreciam no seu cardápio diário o uso como tempero da cúrcuma com muita pimenta, resolveu estudar o efeito da piperine extraída da pimenta negra (Piper nigra L) ou da pimenta longa (Piper longum L) sobre a biodisponibilidade da curcumina. A piperina é a amida do ácido piperínico com o azinane (piperidina).
 A piperina presente em 5% da Piper nigra e 6% da Piper longum aumenta a biodisponibilidade de várias drogas por inibição da glucoronidação no fígado e intestino delgado. O grande pesquisador, Guido Shoba, revelou ao mundo algo de interesse prático e de suma importância. Quando a curcumina é administrada sozinha a ratos, na dose de 2 g/kg, a concentração sérica aumenta moderadamente em 4 horas de observação. A administração concomitante de 20 mg/Kg de piperine aumenta a concentração sérica e diminui a excreção renal no curto período de 1 a 2 horas, o que faz aumentar a biodisponibilidade celular da curcumina em 154%.
 Em humanos após a ingestão de 2g de curcumina sozinha (4 cápsulas de 500mg), os níveis séricos foram muito baixos ou até indetectáveis. A administração concomitante de 20 mg de piperine provocou grande aumento da concentração sérica da curcumina em 45 minutos a 1 hora após ingestão, o que representa aumento de 2000% na biodisponibilidade celular da curcumina. Não houve efeitos colaterais. A piperina na dose empregada em voluntários normais inibe a glucoronidação hepática e intestinal, o que provoca o aumento da biodisponibilidade da curcumina nas células do organismo. Devemos nos lembrar que as drogas metabolizadas por glucoronidação também vão experimentar aumento da biodisponibilidade, como o propranolol e a teofilina (Bano-1991). Pelo fato da biodisponibilidade da curcumina ser baixa estudou-se os efeitos dos seus principais metabólitos, o hexa-hidrocurcumina ,o hexa-hidrocurcuminol e o sulfato de curcumina e constatou-se que eles também possuem efeitos semelhantes à cucurmina, embora menos pronunciados.
1.     Estudos Clínicos

B1- Fase Clínica I

 Sharma, em 2001, investigou a farmacocinética da curcumina na dose escalonada entre 440 e 2200 mg/Kg de extratos de Cúrcuma, correspondendo a 36 a 180 mg de curcumina em 15 pacientes com câncer colorretal avançado e refratário ao tratamento convencional. Em quatro meses de tratamento o uso oral da Cúrcuma foi bem tolerado e não houve toxicidade na dosagem máxima. O número de leucócitos permaneceu estável. A curcumina ou seus metabólitos não foram detectados no sangue ou na urina. As imagens revelaram estabilização da doença em cinco pacientes no período de dois a quatro meses de tratamento.
 O trabalho foi feito em 2001 e o autor perdeu a oportunidade de mostrar o real valor da curcumina, pois não aumentou a sua biodisponibilidade com a Piper nigra.
B2- Fase Clínica II

 Cheng, em 2001, em pacientes com câncer de alto risco observou que a curcumina na dose de 8 g/dia durante três meses foi bem tolerada pelos 25 pacientes incluídos no estudo. Além de 8g ao dia o volume administrado não foi tolerado pela maioria dos pacientes. A concentração sérica atingiu o pico máximo em 1 a 2 horas e gradualmente caiu nas próximas 12 horas. O pico sérico após ingerir 4g, 6g e 8g de curcumina foi respectivamente: 0.51 +/-0.11 micromol; 0.63 +/-0.06 micromol e saltou para 1,77 +/-1.87 micromol.
 Notar que o autor não usou piperina. Paciência, estamos na Fase II. Será que vai haver Fase III? Creio que não, pois se trata de droga não patenteável. A curcumina tem mostrado atividade quimiopreventiva em vários modelos carcinogênicos, nos quais ela inibe a COX2 em nível de transcrição. A COX2 está implicada em vários tipos de cânceres humanos.
 Plummer, em 2001, em 15 pacientes com câncer colorretal avançado, observou que a ingestão do extrato de Cúrcuma provocou inibição da formação do PGE2 de uma forma dosedependente, entretanto, sem diferença significante comparado com o valor pré-tratamento. Notar que o autor não utilizou piperina.
 Acabou a paciência.

Conclusão
 Apesar de Guido Shoba ter mostrado que a biodisponibilidade da curcumina pode ser aumentada em até 2000%, não se encontra na literatura trabalhos que utilizam a piperine no tratamento do câncer ou de doenças inflamatórias. Existem, sim, inúmeras tentativas de modificações da molécula da curcumina no intuito de se conseguir a patente do produto. Não importa se o fitoquímico possui alta atividade nas diversas vias de sinalização das células malignas, se ele possui alto potencial no tratamento do câncer humano ou se é desprovido dos efeitos colaterais dos anti-inflamatórios não hormonais. O que importa é que ele não pode ser patenteado e, portanto, não apresentanenhum interesse. Não interessa o câncer, a dor ou a humanidade, o que importa são os lucros. E o que fazer com tanto dinheiro?
A maioria dos trabalhos científicos publicados no Planeta é encomendada pelas grandes indústrias farmacêuticas. Podemos realmente acreditar nos seus resultados?


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/3893/curcumina-e-cancer-antiproliferativo-antiapoptotico-antiangiogenico-e-antimet#ixzz2TSgp6oRN

 

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