O Brasil atrasado
O país continua preso a visão dos tempos do patrimonialismo português, quando as glórias das conquistas ultramarinas conviviam com a concessão de empregos públicos aos nobres, os loteamentos do governo pelo estamento burocrático e a confusão do orçamento público com as posses do rei.
A maneira com que o ministro da Fazenda, de forma ostensiva e inédita, demitiu o presidente de uma empresa privada, a Vale, ao que parece impondo sua vontade a fundos de pensão de empresas estatais, como se do governo fossem. A mesma Vale, até ameaçada de ter suas exportações tributadas com base em uma proposta estapafúrdia, a de que isso a forçaria a investir na produção doméstica de aço.
Como prêmio pela derrota nas eleições de 2010, políticos ganharam cargos em instituições financeiras federais.
No nosso país, a burocracia profissional surgiu na Primeira República, mas restrita basicamente às forças Armadas, ao Itamaraty e ao Banco do Brasil. Com Getúlio Vargas, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), que previa o sistema de mérito no serviço público e o planejamento estatal no país.
Infelizmente, desde então o clientelismo e os fisiologismo tem falado mais alto. Mesmo nos órgãos nos quais passou a funcionar o mérito na escolha dos quadros técnicos, o critério político costuma prevalecer na indicação dos dirigentes, dos quais nem sempre se exigem qualificações necessárias para exercício do cargo.
Há mais de sete décadas após a Criação do DASP, o governo federal ainda pode indicar mais de 20.000 pessoas por critérios políticos. Os estados e municípios, um número maior.
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